domingo, 6 de janeiro de 2013

Éon Proterozóico - Era Paleoproterozóica

Éon Proterozóico


O termo proterozóico vem do grego proteros (anterior) e zoikos (animais).
Este éon é o de maior extensão temporal abrangendo praticamente metade do tempo geológico, tendo-se prolongado entre os 2,5 mil milhões e os 542 milhões de anos atrás, estando divido em três eras a Paleoproterozoica, a Mesoproterozoica e a Nesoproterozoica, da mais antiga para a mais recente, que estão limitadas não por estratótipos mas sim por datação absoluta.
Sucede ao éon Arqueano e precede o Fanerozóico. Sendo de registar a grande riqueza de registo geológico do Proterozóico em relação ao Arqueano.
Foi também durante este éon á cerca de 900 milhões de anos atrás que o supercontinente Rodínia viria a sofrer uma fragmentação, que deu origem a paleocontinentes como a Laurência, a Sibéria ou a India.
Há também registos de que as primeiras glaciações ocorreram durante o Protérozoico, tendo estas glaciações acabado por culminar na grande glaciação Varangiana.
Outro dos importantes eventos que ocorreram durante este éon, foi a acumulação de oxigénio na atmosfera, evento esse que no entanto se iniciou no Arqueano por libertação de oxigénio para a atmosfera como resultado da fotossíntese, esta acumulação foi apenas possível devido ao esgotamento dos redutores químicos (enxofre e ferro-não oxidado), e a uma maior taxa de enterramento de carbono, que permitiu que compostos orgânicos que de outra forma seriam oxidados pela atmosfera não o fossem.
Pensa-se que antes da ocorrência destes dois importantes factores que permitiram a acumulação de oxigénio, ao percentagem deste elemento na atmosfera terrestre fosse cerca de 1% a 2% do que é hoje.
Há cerca de 1,9 mil milhões de anos cessou também a maior parte de acumulação de ferro, em formações bandadas, este cessamento deve-se quer a um aumento da concentração de oxigénio e a uma melhoria da coluna de água oceânica.


Separação da Rodinia


Biologia do Proterozóico

Como seria de esperar, a já referida acumulação de oxigénio que ocorreu neste éon, permitiu o aparecimento de vários organismos. Estes organismos foram os primeiros seres unicelulares avançados e multicelulares, sendo que durante o Proterozóico evoluíram as primeiras relações simbióticas entre mitocôndrias e cloroplastos.
Não existem no entanto provas do aparecimento de eucariontes antes dos finais da era Paleoproterozóica.
Foi durante o proterozóico que os estromatólitos atingiram a maior abundância e diversidade.

Era Paleoproterozóica               

Esta era do Proterozóico, a primeira, é de longe a mais longa do tempo geológico, tendo se estendido por cerca de 900 milhões de anos (2,5 mil milhões e 1,6 mil milhões de anos atrás), aproximadamente 20% da história da terra.
Esta era encontra-se dividida nos períodos Sideriano, Rhyaciano, Orosiriano e Statheriano, do mais antigo para o mais recente.

Periodo Sideriano

É o primeiro período da era Paleoproterozoica e decorreu entre os 2,5 mil milhões de anos e 2,3 mil milhões de anos atrás.
Este período foi marcado por uma grande abundancia de formações bandadas de ferro, que eram formadas quando algas anaeróbicas produziam oxigénio a mais que combinado com o ferro formava magnetite, tendo este processo sido o responsável por uma alteração na água do mar.
Durante este período ocorreu também a glaciação Huroniana que ocorreu entre os 2,4 mil milhões de anos e os 2,3 mil milhões de anos atrás. 

Como se pensa que a terra foi durante a glaciação Huroniana




Periodo Rhyaciano

Este período é o segundo da era proterozóica e ocorreu entre os 2,3 mil milhões e os 2,05 milhões de anos atrás. Foi durante este período, logo no seu inicio, que se notou uma quebra na deposição de ferro bandado, tendo no entanto essa deposição sido retomada no fim do período.
Durante este período ocorreu também a glaciação Makganyena, há cerca de 2250 milhões de anos atrás, tendo também sido neste período que se verificaram os primeiros depósitos de manganês.
Outro importantíssimo acontecimento deste período foi o aparecimento do eucarionte Grypania, há 2200 milhões de anos.


Fossil de Grypania


Periodo Orosiano

Terceiro período da era Proterozoica, tendo tido uma duração de 250 milhões de anos  (2050 milhões de anos e 1800 milhões de anos atrás).
O Orosiano, foi marcado por vários eventos importantes, entre eles dois dos mais importantes impactos de grandes asteróides, um logo no inicio deste período, há 2023 milhões de anos, que criou a estrutura de impacto de Vredefort, e outra colisão que ocorreu já no fim do Orosiano, há 1850 milhões de anos atrás, colisão essa que criou a bacia do Subdury.
A segunda metade do período foi marcada por uma intensiva orogenia em todos os continentes e pelo cessamento da deposição de ferro bandado há cerca de 1850 milhões de anos.

Período Statheriano
Este período é o mais recente da era Proterozóica tendo-se estendido entre os 1,8 mil milhões de anos e cerca dos 1,6 mil milhões de anos atrás, e foi caracterizado por dois importantes acontecimentos, a diminuição no nível de sulfatos nos oceanos e o aparecimento das spaheromorphic acritarchs.

Bibliografia

Éon Proterozóico



Era Paleoproterozóica



Periodos







  

Miocénico - Arquitaniano


Miocénico ou Mioceno



O Mioceno, teve o seu nome escolhido por Sir Charles Lyell, e este nome vem do grego μείων (meion, menos) e καινός (kainós, novo, recente) significando “menos recente”, porque tem menos 18% de invertebrados marinhos que o Pliocénico.
O Mioceno ou Miocénico, corresponde á quarta época da era Cenozóica e á primeira época (inferior) do período Neogeno. Esta época geológica extende-se aproximadamente entre os 23,03 e os 5,332 milhões de anos atrás, sendo assim com esta duração de cerca de 18 milhões de anos a época mais longa da era Cenozoica.
Sucede ao Oligoceno e precedendo o Plioceno.
A sua subdivisão em idades é feita pela relativa abundância de diferentes espécies de Nanofósseis calcários e foraminíferos.
As idades do Miocénico são assim:
Messiniana
(7.246–5.332 Milhões de anos)
Tortoniana
(11.608–7.246 Milhões de anos)
Serravalliana
(13.65–11.608 Milhões de anos)
Langhiana
(15.97–13.65 Milhões de anos)
Burdigaliana
(20.43–15.97 Milhões de anos)
Aquitaniana
(23.03–20.43 Milhões de anos)



Paleogeografia e mudanças climáticas

A única diferença entre a configuração actual dos continentes e a desta época, é a ponte terreste entre a América do Sul e do América do Norte, estando ausente durante esta época. No entanto a América do Sul estava a aproximar-se da zona de subducção no Oceano Pacifico, causando assim não só o crescimento dos Andes mas também a extensão para sul da peninsula Meso-Americana.
Durante o Mioceno formaram-se zonas montanhosas em várias partes do mundo, da América do Norte, á Europa e á este Asiático.
O choque da India com a Eurásia provocou também um crescimento dos Himalaias.
Entre 19 e 12 milhões de anos atrás ocorreu também o choque entre Africa e a Eurásia. Nessa região a ocorreu por isso um uplift de montanhas na região oeste do Mediterrâneo, este factor combinado com a descida do nível eustático provocaram a temporária secagem do mar Mediterrâneo.
Devido a esta deslocação do continente Africano, os níveis de pluviosidade na zona norte do continente diminuíram.
O avanço da Oceânia que ocorreu durante esta época para um local também de baixa pluviosidade, levou a que se confirma-se uma tendência global para o aumento da aridez.
O referido movimento da Oceânia, permitiu também que se estabelecesse a Corrente Circumpolar Antártica, esta corrente contribuiu para uma menos eficiente distribuição do calor, formando-se, como consequência da descida da temperatura média a nível global, calotes polares no pólo sul.
Esta descida global na temperatura viria a culminar nas idades do gelo do Pleistoceno, provocando a extinção de inúmeras espécies de seres vivos. 

Disposição dos continentes durante o Miocénico



Fauna e Flora

Durante o Mioceno a grande maioria dos seres eram já reconhecíveis e comparáveis aos que temos hoje em dia. No entanto foi durante esta época que surgiram dois importantíssimos ecossistema: as florestas de kelp e áreas de grandes dimensões dominadas pela vegetação rasteira. Na Eurásia e na América do Norte, o aumento destas áreas forçou a uma alteração evolutiva nos herbívoros, tendo essa evolução ocorrido devido ao facto de a erva ser extremamente rija e abrasiva, por isso mesmo herbívoros como os cavalos desenvolveram dentes bastante resistentes ao desgaste.  Surgiram assim os grandes mamíferos herbívoros, enquanto outras espécies com menor capacidade adaptativa e evolutiva se extinguiram.
Este aumento de áreas cobertas por vegetação rasteira, como a erva e os pequenos arbustos, foi ainda mais acentuado no fim do miocénico, quando um grande arrefecimento resultou numa redução ainda mais significativa de florestas tropicais.
Durante o Mioceno a diversidade em mamíferos atingiu mesmo o seu pico, muitos dos mamíferos e aves desta época eram já, como referido, bastante parecidas ás actuais,enquanto em terra surgiram por exemplo os macacos antropomórficos, no mar dominavam tubarões gigantes os Megalodontes, que chegavam a atingir cerca de 15 metros e se alimentavam das primeiras baleias.

Megalodon



Aquitaniano

O Aquitaniano foi nomeado pelo Suiço Karl Mayer-Eymar em 1858, tendo este nome devido a um região francesa chamada Aquitaine.
O Aquitaniano, é a mais antiga divisão do Mioceno, tendo decorrido entre 23 milhões e 20,4 milhões de anos atrás. O seu limite inferior coincide com o aparecimento da espécie de foraminíferos Paragloborotalia kugleri e com a extinção de uma espécie de nanoplâncton a Reticulofenestra bissecta. A secção e local global do estratótipo, é na secção Lemme-Carrosio perto da pequena vila, de nome Carrosio no norte da Itália. O topo do Aquitaniano marca também a primeira aparição de outra espécie de foraminíferos, a Globigerinoides altiaperturus.

Globigerinoides altiaperturus


Bibliografia
Mioceno

Aquitaniano






                                             

História da Estratigrafia, Objectivos da Estratigrafia e Estratigrafia Sequêncial


História da Estratigrafia



Amadeus Grabau
A palavra estratigrafia vem do latim stratum + grego grafia.
A estratigrafia é uma ciência geológica relativamente jovem já que, foi em 1913 que Grabau publicou o primeiro livro exclusivamente dedicado á estratigrafia. Até esta data tinha sido sempre tratada como parte integrante da Geologia.
No entanto as primeiras referências á estratigrafia ainda que como parte integrante da geologia, remontam ao século XVII a Nicolaus Steno, tendo sido o primeiro geólogo a definir um estrato como unidade de tempo de deposição limitado por superfícies horizontais com continuidade lateral. Steno foi também o primeiro a considerar o principio da sobreposição dos estratos.
Em muitos casos as ideias de Steno e mais tarde, no século XVIII as de Lyell, constituíram uma ruptura brusca com as ideias incutidas ás pessoas nestas época, pela biblia, que dizia que a terra tinha uma idade de apenas milhares de anos, o que condicionava extraordinariamente qualquer interpretação de fenómenos geológicos antigos.
Entre a idade média, e o século XIX a estratigrafia foi sofrendo uma constante evolução através de nomes como Antonio Moro (1687-1764) ou Giovanni Arduino (1713-1795).
Foi no entanto no século XIX que a estratigrafia, ainda como parte integrante da geologia, teve um grande desenvolvimento, com a fundação da Sociedade Geológica de Londres em 1807, á qual se seguiram mais sociedades do género noutros países europeus. O surgimento destas sociedades levou á aparição de revistas de geologia e dos primeiros mapas geológicos. Este crescente interesse sobre a geologia levou á sua subdivisão, tendo então assim nascido várias ciências entre elas a Estratigrafia.
Primeiro livro exclusivamente sobre
estratigrafia, escrito por Grabau
Como referido foi em 1913 que se publicou o primeiro livro que tratava exclusivamente da estratigrafia, tendo esta disciplina sofrido um grande desenvolvimento entre 1920 e 1940 devido ao crescente interesse da indústria petrolífera nesta área.
A partir metade do século XX pode se constatar um foco da escola francesa na estratigrafia do ponto de vista mais histórico, por intermédio de nomes como Gignoux, enquanto que no mesmo período de tempo, a escola norte-americana focava-se na estratigrafia do ponto de vista mais aplicado, contanto com nomes como Dunbar e Weller.
O surgimento da teoria da tectónica de placas provocou uma revolução em todas as ciências geológicas incluindo a estratigrafia, tendo originado um novo enfoque no estudo da mobilidade das bacias sedimentares e da sua evolução ao longo dos tempos.
A estratigrafia está hoje em dia intimamente ligada a outros ramos da geologia como por exemplo a: Sedimentologia, a Geologia Histórica e a Paleontologia.
Como referido foi em 1913 que se publicou o primeiro livro que tratava exclusivamente da estratigrafia, tendo esta disciplina sofrido um grande desenvolvimento entre 1920 e 1940 devido ao crescente interesse da indústria petrolífera nesta área.
A partir metade do século XX pode se constatar um foco da escola francesa na estratigrafia do ponto de vista mais histórico, por intermédio de nomes como Gignoux, enquanto que no mesmo período de tempo, a escola norte-americana focava-se na estratigrafia do ponto de vista mais aplicado, contanto com nomes como Dunbar e Weller.
O surgimento da teoria da tectónica de placas provocou uma revolução em todas as ciências geológicas incluindo a estratigrafia, tendo originado um novo enfoque no estudo da mobilidade das bacias sedimentares e da sua evolução ao longo dos tempos.
A estratigrafia está hoje em dia intimamente ligada a outros ramos da geologia como por exemplo a: Sedimentologia, a Geologia Histórica e a Paleontologia.

A contínua evolução da estratigrafia levou à sua subdivisão em várias ciências ou ramos com entidade própria:
- Litoestratigrafia – Estudo dos corpos geométricos de rochas estratificadas, sua geometria e génese.
- Bioestratigrafia – Estudo da distribuição temporal dos fósseis.
- Cronoestratigrafia ( e Geocronologia) – Estabelecimento da idade das unidades estratigráfias e estabelecimento de uma escala estratigráfica mundial.
- Magnetoestratigrafia – Estabelecimento da escala de mudanças da polaridade magnética ao longo do tempo.
- Quimioestratigrafia – Estudo e interpretação de isótopos estáveis e elementos químicos (maioritários, minoritários e vestigiais nas rochas estratificadas).
- Estratigrafia sequencial – Reconhecimento dos grandes acontecimentos que são reflectidos pelo registo estratigráfico.
- Análise de Bacias – Reconstrução da distribuição espacial e temporal de cada unidade de rochas estratificadas dentro de uma bacia sedimentar.

Hoje em dia pode mesmo considerar-se a estratigrafia sequencial com o ultimo grande avanço científico.


Objectivos da Estratigrafia

Identificação de materiais – É o objectivo mais elementar e consiste no reconhecimento e na identificação dos diferentes tipos de materiais estratificados, conhecendo a sua litologia, texturas, estruturas, propriedades geoquímicas e o seu conteúdo fossilífero.
A este conjunto de propriedades dá-se o nome de fácies.

Delimitação de unidades litosestratigráficas – Este segundo objectivo pode-se alcançar uma vez conseguido o anterior.
Consiste em delimitar volumes de rochas sedimentares em função das sua litologia (unidades litoestratigráficas). Estas unidades serão representadas sobre mapas topográficos mediante a cartografia litoestratigráfica.

Ordenação relativas das unidades (secções estratigráficas) – Estuda-se a relação entre cada para de unidades litostratigráficas sobrepostas deduzindo a continuidade ou descontinuidade do processo sedimentar entre elas.

Interpretação genética das unidades – Depois de estabelecida a trama das unidades litoestratigráficas aplica-se o princípio do uniformismo, comparando os dados observados em cada uma delas e os conhecidos nos diferentes meios sedimentares actuais.

Correlação – Uma vez estabelecidas as secções estratigráficas de diferentes áreas estabelece-se a equivalência dos diferentes estratos e pelo seu conteúdo fóssil ou por propriedades físicas de determinados níveis, desenham-se isócronas nas distintas secções.
As correlações podem ser litoestratigráficas, bioestratigráficas e cronoestratigráficas.

Exemplo de biocorrelação


Levantamento de secções estratigráficas – Consiste na ordenação temporal de todas as unidades litostratigráficas presentes numa área concreta, desde a mais antiga até á mais moderna estabelecendo a denominada secção estratigráfica local.

Introdução da coordenada tempo – Pretende-se dispor do maior número de dados possíveis para fixar a idade dos materiais, a partir dos dados biostratigráficos, e na medida do possível de dados radiométricos e magneto estratigráficos.

Análise de bacias – É o objectivo final, de qualquer trabalho estratigráfico. Pretendendo conhecer a geometria, génese e evolução de uma bacia sedimentar. 


Estratigrafia Sequencial

Uma das ferramentas mais importantes para se realizar correctamente o ultimo objectivo referenciado da estratigrafia, análise de bacias, é a estratigrafia sequencial.
No fundo a estratigrafia sequencial não é mais do que a interpretação geológica de dados recolhidos através da sísmica. Tendo em conta que esta é uma técnica extremamente importante do ponto de vista da geologia aplicada, este tema será abordado também de uma forma mais prática e aplicada.
Sequências de rochas sedimentares podem ser diferenciadas em unidades que podem ser correlacionadas através das suas: fácies, lito-estratigrafia e crono-estratigrafia.
As fácies são definidas pela sua geometria, litologia e estruturas sedimentares, padrão das paleocorrentes e paleontologia. 
Nos dados de subsolo as fácies são caracterizadas pelas suas propriedades geofísicas  as fácies podem ainda ser subdivididas em subfácies, incrementos genéticos e sequências podem ser reconhecidas.
Estas fácies são estudadas para interpretar os Modelos de Sedimentação.
A lito-estratigrafia, ajuda no mapeamento de unidades rochosas arranjadas numa hierarquia de grupos, formações e membros. 
A crono-estratigrafia é geralmente baseada na bio-estratigrafia e pode ser interpretada para definir a geocronologia.
De grande importância para a eficácia desta técnica é a delineação sísmica de sequências deposicionais, sendo que sequências deposicionais são, unidades estratigráficas compostas em relativa conformidade por uma sucessão de estratos geneticamente relacionados, com os limites superior e inferior definidos por inconformidades ou paraconformidades relativas.
Um sequência deposicional é constituída por três cortejos sedimentares (System Tracts).
Nos cortejos sedimentares high stand e low stand, os termos transgressão e regressão correspondem à progressão das parasequências, contidas nos diferentes cortejos no sentido do continente ou oceano.
A deposição ocorrerá apenas em locais onde exista espaço de acomodação, nos modelos marinhos, esse espaço é o espaço vertical entre o nível eustático do mar e o funda da bacia.
As sequências podem ser de 2 tipos:

Tipo 1 - Ocorrem quando o nível eustático se encontra abaixo do limite da plataforma, base do talude levando assim a uma intensa erosão da plataforma, com incisões feitas por linhas de água.

Tipo 2 - Ocorrem quando o nível do mar desce ligeiramente abaixo do bordo da plataforma distal.

Estes dois tipos de sequências podem ser correlacionados em bacias por todo o mundo.
Inicialmente a estratigrafia sequencial era usada apenas para estudo de sedimentos terrigenos nas margens continentais, hoje em dia com algumas modificações, usa-se também em bacias continentais e sequências carbonatadas.
Pode ainda concluir-se que mudanças locais nas zonas costeiras reflectem mudanças globais do nível do mar, e existe periodicidade nessas mudanças do nível eustático.

Exemplo de interpretação de um perfil sísmico utilizando
a Estratigrafia Sequencial
Exemplo de interpretação de dados de subsolo recolhidos através
de diagrafias como o potencial espontâneo, utilizando a Estratigrafia
Sequencial

Bibliografia

História da Estratigrafia: Vera Torres, J.A. (1994) - Estratigrafia, Princípios y Métodos, Madrid: Editorial Rueda
              


Objectivos da Estratigrafia: Vera Torres, J.A. (1994) - Estratigrafia, Princípios y Métodos, Madrid: Editorial Rueda

Estratigrafia Sequencial:  SELLEY, R. C. (1988) - Applied sedimentology. Academic Press, London
                                                MIALL, A. D. (1990) - Principles of sedimentary basin analysis. Spring-Verlag, Berlin
                                                ALLEN, P. A. & ALLEN, J. R. (1993) - Basin Analysis. Principles and Applications. Blackwell Scientific Publications, Oxford
             










Fácies e lei de Walther


Fácies          


No âmbito da estratigrafia, denomina-se como fácies, o conjunto de sedimentos ou de rochas sedimentares, distinguidos de outros depositados ao mesmo tempo, em ambientes sedimentares distintos, através das suas características litológicas e paleontológicas, figuras e estruturas sedimentares e arranjo do material.
Esta designação de fácies é resultado da evolução do próprio termo, tendo sido usado pela primeira vez por Steno em 1667, sofreu depois várias alterações, como por exemplo por parte do geólogo Suiço Amanz Gressly em 1838, tendo como uma das mais recentes modificações a de Reading em 1986.

Podem-se subdividir em:

- litofacies
- biofácies
- microfacies
- electrofácies
- fácies sísmicas

O termo litofácies usa-se para referir exclusivamente os aspectos litológicos de um conjunto de estratos e das condições físicas e químicas aquando da sua deposição.
O termo biofácies refere-se apenas às características paleontológicas e condições biológicas dominantes aquando da deposição.
Microfácies é um termo introduzido na nomenclatura estratigráfica desenvolvido no âmbito da geologia de petróleo, e faz referência ao conjunto de características litológicas e paleontológicas observáveis em lâmina delgada, permitindo a correlação com as condições genéticas dos estratos em estudo.
Em 1972 Serra introduziu um novo termo, o de electrofácies, que viria a ser modificado em 1980 pelo próprio, Serra em conjunto com Abbott, que o definiram da seguinte forma “o conjunto das respostas das diagrafias caracterizam um estrato e permitem que este possa ser diferenciado dos outros que o rodeiam”, consistindo numa representação radial dos dados obtidos através das diferentes diagrafias.
O termo fácies sísmicas é utilizado para denominar o conjunto de propriedades observáveis num perfil sísmico para um determinado conjunto de estratos.
Rochas sedimentares depositadas ao mesmo tempo apresentando no entanto fácies diferentes pertencem á mesma unidade cronostratigráfica podendo pertencer a unidades litostratigráficas diferentes.

Quanto á classificação de Weller, podem-se dividir as fácies em 3 tipos:
                                                        
- Fácies Petrográficas (tipo I) – definem-se com base no seu aspecto ou nas suas características petrográficas.

- Fácies Estratigráficas (tipo II) – definem-se com base na sua litologia.

- Fácies Ambientais (tipo III) - definidas com base no ambiente de génese dos corpos líticos.

                                     
As fácies estão bastante bem explicadas neste vídeo, que fornece exemplos de ambientes que originam um determinado tipo de fácies



Lei de Walther

“Uma sequência vertical de fácies em conformidade, foi originada por uma sequência lateral de modelos de sedimentação”  Walther 1893-1894.
Esta lei assim baptizada com o nome do geólogo que a criou, Johannes Walther, demonstra assim que quando um ambiente sedimentar “migra” lateralmente, sedimentos de um ambiente sedimentar depositam-se por cima. Um exemplo típico desta lei é a sequência estratigráfica vertical típica das regressões e transgressões marinhos.
Esta lei é apenas aplicável a sequências estratigráficas dispostas em conformidade.

Exemplo da Lei de Walther aplicado a uma bacia

A lei de Walther está muito bem explicada neste vídeo, principalmente nos momentos finais do mesmo já que nos dão um exemplo concreto de uma praia que através de uma mudança no nível eustático passou a ser o fundo do mar.





Bibliografia

Fácies: Vera Torres, J.A., 1994, Estratigrafia, Princípios y Métodos, Madrid: Editorial Rueda
              SELLEY, R. C. (1988) - Applied sedimentology. Academic Press, London

Lei de Walther: Vera Torres, J.A., 1994, Estratigrafia, Princípios y Métodos, Madrid: Editorial Rueda
                              SELLEY, R. C. (1988) - Applied sedimentology. Academic Press, London